Como garantir segurança às aulas presenciais na pandemia
Faseh retoma aulas práticas presenciais dos cursos de saúde com espaços adaptados, manual de normas sanitárias e segurança à comunidade acadêmica

A Faseh é uma das poucas instituições de ensino superior do país a retomar as aulas práticas presenciais dos cursos de saúde, neste período de pandemia. Após a liberação pelo MEC, a faculdade encarou o desafio com base nos protocolos sanitários adotados por escolas de vários países e aprovados pelo Comitê Extraordinário Covid-19 de Vespasiano.

Os laboratórios foram adaptados, assim como as 2 clínicas-escola de Vespasiano e Lagoa Santa. No mês de agosto, o campus foi reaberto para as aulas práticas presenciais da Medicina. Neste mês de setembro, foram retomadas as práticas do curso de Fisioterapia. Alunos, professores, funcionários e pacientes falam sobre as medidas de segurança adotadas pela Faseh que garantem tranquilidade no retorno aos ambientes de prática na faculdade.
“A gente está aprendendo com a pandemia. A comunidade científica, como um todo, com pesquisa e tudo, está aprendendo. Hoje, as condutas são diferentes do início. Temos que aprender e mudar os costumes” Prof. Libértala Martins da Rocha
Protocolos e adequação
Desde Junho, a faculdade vinha fazendo estudos para se adequar e receber todo mundo com segurança. ‘Avaliamos todos os protocolos de segurança da OMS, da SES, dos comitês de Covid e fizemos uma adequação na faculdade como um todo. Não só na área dos atendimentos, mas na administrativa também”. A informação é da professora Libértala Martins da Rocha que é Responsável Técnica de Enfermagem da Clínica-escola.

A professora auxiliou a diretora acadêmica, Dra. Hérica Soraya Albano, a preparar o manual de condutas e adequações que foi enviado ao Comitê de Covid de Vespasiano para aprovação. “Fizemos adequações de distanciamento, isolamentos em banheiros e áreas comuns, estabelecemos distanciamento de 2 metros, entre alunos nos laboratórios e nas Clínicas, colocamos proteções de acrílicos em todos os locais”.
A cantina, para reabrir, teve que ser totalmente adequada. São 30 mesas numeradas, todas com álcool gel. Só pode sentar 1 pessoa por mesa. O espaçamento entre elas é de mais de 2 metros. O pedido é feito por telefone e a comida é entregue na mesa que depois é toda higienizada, antes que outra pessoa use.Recepção na Faseh: proteção acrílica, álcool gel e medição de temperaturaFaseh: Catracas biométricas desativadas e alerta nos corrimõesCartazes educativos nos consultórios da Clínica-escolaBanheiros da Faseh: isolamento e higienização permanente
Compromisso de segurança
O manual de adequação da Faseh foi enviado ao Comitê de Covid para análise e aprovação, antes do anúncio da retomada das aulas práticas. Mesmo assim, a supervisora de enfermagem conta que ainda houve temor por parte de estudantes e das famílias deles. “No primeiro dia de aula, 10 de agosto, vi que os alunos estavam com muito receio. Tanto eles, quantos os pais e alguns vieram conferir se havia segurança para os filhos”.
Adequar os espaços físicos é só uma parte. Fazer as pessoas se adequarem ao novo, ao cumprimento das normas, é mais trabalhoso. Os funcionários da Faseh foram treinados para regular a entrada e saída dos ambientes, obedecendo à regra do fluxo unidirecional de pessoas, para que elas não se cruzem e esbarrem. “Estamos impedindo aglomerações nos corredores, antes e depois das aulas. Acabou a atividade, o aluno tem que ir embora. Orientamos os que vêm para a faculdade juntos, em veículo compartilhado, para que todos usem máscaras”, explica Libértala.

Cumprimento das normas
É isso que o responsável pelos laboratórios, Ricardo Matos, e sua equipe garantem todos os dias. Ele conta como é o procedimento adotado para as aulas em laboratórios da Faseh, no acesso ao de Anatomia e de Bioquímica. “Eles entram por esta porta lateral e saem pela dos fundos do laboratório, mantendo o fluxo unidirecional. O aluno chega, tem a temperatura conferida do lado de fora, recebe os EPIs – touca, máscara e luva – e tem que preencher a ficha de bem-estar, obrigatória e diária, e um funcionário confere, antes de liberar a entrada”.
A professora Libértala conta como foi a resposta, diante das medidas adotadas. “No primeiro dia, já tinha 30 alunos, na primeira turma. No segundo horário, mais 30. E os outros períodos começaram a ver como estávamos rigorosos com a questão da segurança e houve adesão quase completa”.
Com isso, até aulas práticas, como as de Prática Cirúrgica e de Medicina de Emergência, que exigem maior proximidade entre os alunos estão sendo realizadas com toda a segurança exigida. Para as práticas de atendimento de emergência que necessitam de mais espaço, o professor Armando Monteiro têm usado, os corredores da Clínica-escola e até o galpão da Engenharia.
E não é só dentro dos laboratórios. Nos consultórios das duas Clínicas-escola da Faseh, atendendo pacientes, os alunos também têm se sentido muito seguros e cuidados. Foi o que nos garantiu Isabela Campos Oliveira de Ávila (7º/8º período) que confessa que, antes da volta às aulas, temia pelo retorno às práticas.
Conscientização e maturidade
O professor de Anatomia da Faseh, Dr. Talles Prósperi de Paula, fala sobre o empenho na conscientização dos alunos. Eles têm sido alertados para manter o isolamento, dentro e fora da faculdade. “Estamos trabalhando dentro de normas rigorosas. Não adianta chegar aqui com um procedimento e lá fora agir de outra maneira. O que a gente tem que fazer é preservar vidas. Não é o momento de deixar de lado as medidas de prevenção. A pandemia não acabou. Estamos numa fase de equilíbrio da curva, mas ela tende a descer ou a subir. Isso vai depender do nosso comportamento, da nossa maturidade diante da pandemia”.
A professora Libértala diz que um ou outro aluno não está participando das aulas porque tem algum fator de risco. Mas ressalta que, mesmo para estes, é possível frequentar as aulas, com os EPIs. “Ninguém entra na faculdade, sem trocar a máscara. A gente já faz trocar a máscara de pano pela cirúrgica de tripla camada. E ainda botar face shield, o capote, luvas, para todas as aulas”.
Retomada dos atendimentos médicos
No dia 17 agosto, a faculdade reiniciou os atendimentos médicos de consultas programadas do SUS, com pacientes nas Clínicas-escola de Vespasiano e Lagoa Santa. As especialidades foram divididas por dias de semana e o número de atendimentos por horário reduzido pela metade do número de consultórios.

“Isto porque temos que limitar a quantidade de pessoas dentro dos prédios, de acordo com as normas do Comitê. Cada prédio não pode ultrapassar 30 pessoas presentes, contando alunos, pacientes e professores. Então, as turmas estão sendo divididas em números menores de alunos, e o número de pacientes aceitos também menor. 1 a 2 alunos, no máximo, por consultório”.
Dentro dos consultórios, o distanciamento também é de 2 metros, entre as pessoas. As discussões de casos, pós-atendimento, são feitas em ambiente amplo e arejado.

A Coordenadora de Medicina, professora Dra. Tatiane Miranda é quem programa as práticas para que todos os períodos cumpram a carga horária prevista de aulas. A distribuição dos alunos, pelos locais de atendimento, é feita por grupos pequenos em mais campos de estágio, como as UBS Nova Pampulha e Morro Alto, em Vespasiano, além da Clínica-escola de Lagoa Santa.
Evitando o contágio
Apesar de todos os pacientes serem triados na chegada às Clínicas da Faseh, um dia antes da consulta, funcionários ligam para os agendados e perguntam se estão com sintoma da Covid-19. Se positivo, eles são encaminhados para unidades de saúde das prefeituras. A consulta de especialidade na Faseh é cancelada e só depois de 10 dias remarcada.
“Se o aluno detecta sintomas durante a consulta, trocamos a máscara do paciente pela cirúrgica, colocamos luvas e levamos para o consultório de isolamento que é o último da clínica perto da saída. Com os alunos devidamente paramentados, o atendimento pode ser feito com segurança”, garante Libértala.

Limpeza e desinfecção
Após cada atendimento, é feita a higienização do consultório e dos equipamentos utilizados na consulta. Os primeiros atendimentos são feitos nos consultórios pares e as consultas do horário seguinte nos ímpares. Enquanto uns são usados, os outros estão sendo higienizados. A cada turno, é feita limpeza completa, lavagem com água, sabão e hipoclorito para desinfecção total.
“Com numero pequeno de alunos e pacientes conseguimos montar este esquema, Se estivéssemos com a clínica cheia, teríamos que dar meia hora de intervalo entre as consultas”, finaliza Libértala.

Na Clínica de Lagoa Santa, o professor Dr. Leandro de Souza Maia que é preceptor de geriatria também ressalta a tranquilidade nos atendimentos. “Os estudantes precisavam disso, desta segurança que a faculdade está passando, para podermos retomar estas consultas. Os pacientes têm vindo e retornam felizes. Trouxeram até presentes para a nossa equipe!”
Alunos e pacientes também relatam a segurança que os procedimentos de prevenção adotados pela Faseh têm passado. Foi o que sentiu o técnico eletrônico Anderson de Abreu que, pela primeira vez, foi atendido na Clínica-escola de Lagoa Santa, pela acadêmica Mariane Neto Rodrigues.
“Está muito seguro pra gente. A gente tem treinamento e as meninas da enfermagem estão controlando muito bem e os professores também fazendo com que a gente siga tudo direitinho”, diz a estudante. “Desde que cheguei, deu pra perceber que tem um procedimento. E onde tem procedimento, tem treinamento, Onde tem treinamento, a gente sabe que está dentro de um ambiente seguro. Desde que cheguei, senti isso!”, garante o paciente.
Serviço:
Clínica-escola Vespasiano: Rua São Paulo 958, Jardim Alterosa – Vespasiano/MG (31) 2138-2932\ 2928\2933
Clínica-escola Lagoa Santa: Av. Acadêmico Nilo Figueiredo 2303 – 3º andar, bairro Joana D’Arc (31) 3688 4141