Coluna do Ubaldo

Kiss Ossos de Boi

O som do caminhão ainda funcionava, no talo

Tinha chovido no dia anterior, e agora fazia sol. Munidos de arroz, cebola, azeite, queijo e alho e sal, eu, Marcelo GMendes e Amador Rodrigues fomos pra Ribeirão da Mata catar cogumelos pra fazer um risoto por lá mesmo. Tomamos algumas cervejas, comemos o risoto e voltamos pra Vespasiano.///// Ao passar na linha de trem, ainda em Ribeirão da Mata, tinha um caminhão caído uns 70 metros adentro dos trilhos, com as rodas pra cima, num pequeno canyon. Amador disse que parecia que tinha acontecido naquela hora. Foi aí que alguém caído no chão, perto do caminhão, levantou o braço. Paramos o carro e corremos pra lá. O quadro era dantesco.///// 3 rapazes jaziam inanimados no chão, faziam transporte de ossos de boi. O som do caminhão ainda funcionava, no talo, tocando uma música do Kiss. O caminhão caiu de uma altura de uns 15 metros. Os 3 estavam muito machucados. Um deles tinha todas as vísceras á mostra, e esse eu já carregava pro carro. Sô Perdigão, que tinha um fusca vermeho igual ao meu, viu o caminhão e chegou pra ajudar. Acho que sô Perdigão salvou o cara com as vísceras expostas.///// O pessoal estava levando os outros 2 rapazes quando sô Perdigão me disse. -Ubaldo, vamos levar esses 2 porque esse aí parece que tá no fim. Foi o bastante. Ao ouvir isso, o cara que eu carregava reabriu os olhos e começou a mexer com os braços. E levamos os 3.///// Chegamos na maternidade, deixamos eles aos cuidados dos médicos e os 3 sobreviveram. E o risoto nem fez efeito.

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