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O que foi que você fez, mamãe?

O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ, MAMÃE?
– Acorda, Juan, que está na hora de ir pra aula! – diz a mãe, sacudindo o filho, de oito anos, carinhosamente.
– Mmmmmm… me deixa dormir, mãe! Depois do que eu descobri, não quero ir à aula! Não quero mais viver! Você não merecia… – e virou para o canto.
– O que foi que você descobriu, Juan? – pergunta Bianca, pálida, tremor na voz… no corpo todo, puxando o filho.
– Eu quero dormir, mãe! – resmunga, irritado, cobrindo a cabeça.
– Você vai me dizer, agora! – exclama Bianca, fora de si, arrancando violentamente as cobertas que cobriam Juan.
– Está bem, mãe! resmunga, entediado, assentando-se. – Eu descobri que o papai está te traindo com a Gabriela, a secretária…
– Filho de uma puta! – vomita Bianca, lívida, arquejante, encostando-se à parede do quarto. Seu rosto adquire uma expressão aterrorizante e ela revive, mentalmente, em fração de segundos toda a alegria de nove anos de um casamento que parecia perfeito. Leva as mãos à cabeça, arranca uma mecha de cabelos e atira sobre a cama do filho, dirige-se como uma autômata para a porta, abre-a, volta-se para o filho e ordena: – Não saia daí! Aconteça o que acontecer, tá entendendo? – e bate a porta, com violência.
Entra, mansamente, no quarto de casal, onde o marido dorme tranquilamente, fecha a porta, abre a gaveta da cômoda, retira o revólver e o encosta na testa do marido adormecido.
– Acorda, seu filho da puta, para morrer! – ordena, friamente, cutucando-o com a arma.
– Bom dia, amor! – exclama Bruno, sorridente; entretanto, o sorriso desaparece quando vê a expressão de ódio no rosto da esposa e a arma apontada para a sua cabeça. – O que significa isso, amor? Você ficou doida? Guarda essa arma!
– Por que você fez isso comigo, Bruno? – a pergunta sai entrecortada por soluços, os olhos banhados em lágrimas. – Não, não responda! Não há mais tempo! – e aperta o gatilho, uma, duas, três vezes…
A porta do quarto se abre, violentamente, e Juan entra correndo, apavorado, gritando:
– Mamãe, o que foi que você fez? O que foi que você fez?
Ao ver a cabeça do pai, pendida para fora da cama, olhos desmesuradamente abertos, olhando para ele, e o sangue gotejando rutilante, formando uma poça vermelha no chão do quarto, abraça-se trêmulo, ao corpo estático da mãe e murmura, num fio de voz:
– Era tudo mentira… Hoje é 1º de abril!!!

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